A primeira edição do “Propulsão Comunica: conteúdos digitais por direitos”, projeto idealizado pelo Comitê de Cultura do Paraná e que também recebeu a chancela de curso de extensão da UFPR, terminou no sábado, 26, depois de uma maratona que criação de três dias que produziu mais de trinta peças de comunicação para as redes sociais.
O encontro começou na quinta-feira, 24, com participantes vindos de quase todas as regiões do Paraná – a exceção foi o entorno de Cascavel – e uma presença feminina expressiva: ao todo, 18 mulheres, metade delas negras, num total de 26 influenciadores.
As primeiras atividades de formação – duas palestras, com a professora de produção cultural da UFPR Rachel Bragatto e com o jornalista Maximilian Santos, diretor da “TIP Performance de Mídia” – deram um panorama do ambiente digital atualmente e também do trabalho diário com comunicação digital, além de dicas sobre linguagem e como obter engajamento nas redes.
No início da noite, o grupo passou pelas primeiras mentorias, para conceituar e fazer ajustes nas propostas apresentadas no ato da inscrição.
A sexta-feira foi dedicada à produção de roteiros e gravações. No sábado, o material foi editado e exibido publicamente, no Teatro de Bolso, que faz parte do complexo do Terraço Verde, sede do Comitê de Cultura.
Crédito: Letícia Galvão.
Agora, uma votação popular, que será aberta na próxima quinta-feira, 01, no site do Comitê, vai escolher os melhores peças. Elas serão premiadas com quantias de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente para o primeiro, segundo e terceiro colocado.
Para Michel Urânia, coordenador do Propulsão Comunica, o evento alcançou o seu principal objetivo, o de formar uma rede de ajuda mútua entre influenciadores dispostos a trabalhar na defesa dos direitos culturais e sociais da população brasileira e paranaense.
“Foi muito legal ver como todos chegaram aqui com espírito colaborativo. Apesar de termos ofertado uma premiação em dinheiro, não foi a lógica da concorrência a que prevaleceu, e sim a da solidariedade, da entrega.”
A avaliação dos participantes vai no mesmo sentido. “O Propulsão me ofereceu muito mais do que ferramentas, me ofereceu encontros, companheiros de jornada. Entre uma ideia e outra, tecemos uma rede viva, de escuta, coragem e beleza”, diz a capoeirista Pitanga Zungu, de Curitiba. “Levo comigo não apenas um vídeo, mas um pedaço de cada um, cada palavra que ouvi. Me reconheci em vocês.”
Para a líder comunitária e radialista Ery Macedo, de Pinhão, no centro-sul do estado, a experiência foi impactante. “Foi um pisar no chão e ao mesmo tempo uma viagem pela criatividade e talento. Fiquei encantada de saber que cada um é um mundo diferente, que no fim de junta para construir um universo.”
O produtor e palestrante Stanley, de Ponta Grossa, saiu da maratona renovado. “Foi gratificante e emocionante ver tanta gente sonhadora e inspiradora. Espero que possamos estar juntos novamente e manter essa rede forte e ativa.”
Crédito: Letícia Galvão.
Ágatha Iara, de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, viu o encontro como um laboratório desafiador. “Eu amei sair da zona de conforto. Vou precisar de dias para emergir do que vivi, mas já reconheço uma bagagem repleta de possibilidades, novidades e conexões para seguir nessa jornada de impacto e luta.”
A cicloativista Renatinha Requião, de Curitiba, aproveitou o “Propulsão Comunica” para retomar uma vontade antiga. “Fazia muito tempo que eu queria resgatar essa união entre as ideias e a prática. Aprendi bastante sobre comunicação, o poder da troca e do coletivo. Foi um período muito bom pra pensar sobre meus erros e acertos.”
O advogado Luan de Souza, também da capital, finaliza: “Foi lindo e incrível conhecer todo mundo nos dias do mutirão. Admiro cada trabalho e fiquei muito impactado com a qualidade do que foi produzido por cada pessoa. O mais massa de tudo é saber que tem tanta gente com essa força pra mudar o mundo.”
O “Propulsão Comunica” é uma parceria do Comitê de Cultura com o Laboratório de Cultura Digital, e tem o apoio do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-PR), do Sindicato dos Petroleiros do Paraná (Sindipetro-PR) e da APP-Sindicato.
Crédito: Letícia Galvão.