Mais de uma centena de pessoas participaram na semana passada da etapa paranaense das discussões em torno do Plano Nacional de Cultura (PNC). As oficinas, promovidas pelo Ministério da Cultura (MinC) em parceria com o Comitê de Cultura do Paraná, aconteceram na quarta e quinta-feira, dias 30 e 31 de outubro, respectivamente, no Casarão da União Paranaense dos Estudantes e no Memorial de Curitiba.

Com inscrições gratuitas e abertas a toda a sociedade, a iniciativa está rodando o Brasil para recolher contribuições a respeito das metas e objetivos do novo PNC, que deve orientar as políticas públicas para a área na próxima década.

É o momento de aprofundar os debates em torno das diretrizes apontadas pela 4ª Conferência Nacional de Cultura, que aconteceu em março, em Brasília. “A oficina foi incrível, um trabalho realmente coletivo”, definiu Susy Oliveira, filósofa e produtora cultural, que veio de Maringá, norte do Paraná, para tomar assento nas conversas na capital. “A retomada do Ministério da Cultura significou também a reconexão do governo com as pessoas que fazem, promovem e salvaguardam a memória e a identidade do nosso país.”

“Foi marcante a participação dos jovens, contribuindo no mesmo nível de importantes e experientes intelectuais e acadêmicos”, destacou Renato Perré, ator, dramaturgo e diretor teatral de Bocaiúva do Sul. “No eixo em que participei, evoluímos muito na discussão sobre a importância de integrar a cultura às lutas ambientais, às questões climáticas, à agricultura familiar e orgânica. A arte é uma ferramenta fundamental para a educação ambiental.”

Em Curitiba, a oficina foi ministrada pela coordenadora-geral de Projetos Estratégicos do MinC, Sofia von Mettenheim, e pela coordenadora de Estruturação de Projetos, Adryelle Arouche. Também participaram o coordenador-geral do Conselho Nacional de Política Cultural no MinC, Daniel Samam, e a coordenadora-geral dos Escritórios de Cultura, Roberta Malvão.

“Eu achei todos os articuladores muito capacitados para conduzir as discussões”, elogiou Thayse Christo, produtora cultural e artista circense de Curitiba. “E gostei muito da metodologia utilizada para a construção das metas. Permitiu que todos nos grupos de trabalho pudessem contribuir, facilitando a coletividade. É só desse jeito que nossas políticas culturais vão poder atender à diversidade e à riqueza do Brasil.”

“É muito importante que esse levantamento das demandas da sociedade civil na área cultural seja feito com responsabilidade”, pontuou Leo Barroso, presidente do Conselho Municipal de Cultura de Irati e representante paranaense no Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Cultura. “Por isso, é importante que se reconheça o esforço da atual gestão em trazer o MinC para perto da realidade dos estados e municípios. Existe um verdadeiro interesse, um interesse legítimo em promover a participação social.”

“Foi uma daquelas experiências que fala ao coração da gente, de que estamos no caminho certo”, concluiu Fernando Cordeiro, secretário de Cultura de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. “Foi simplesmente encantador ver a empolgação das pessoas. Eu fiquei emocionado.”